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Seu filho perde xixi na cama?

10 de agosto de 2017

Sabe-se que o controle miccional deve acontecer dos dois aos quatro anos de idade. Crianças que perdem urina após os cinco anos, sem alterações neurológicas, podem estar apresentando algum distúrbio miccional ou disfunção do trato urinário inferior.

Essa disfunção ocorre quando o mecanismo de armazenamento ou esvaziamento da urina (complexo bexiga/uretra) não está funcionando perfeitamente, ocasionando algumas manifestações, como:
— incontinência urinária diurna, perda de urina durante o dia
— enurese noturna, perde urina ao dormir
— urgência miccional, vontade súbita de urinar
— polaciúria, aumento da frequência miccional
— micções infrequentes, ou retenção
— manobras de contenção. Cruza as pernas ou manipula os genitais, tentando segurar a urina
— alterações no jato urinário
— infecções urinárias recorrentes, normalmente relacionada ao refluxo vescicoureteral (refluxo da urina para o rim) ou à cicatriz renal
— constipação intestinal, normalmente está associado às disfunções miccionais

Normalmente essas crianças passam a apresentar alterações emocionais e/ou comportamentais, como timidez, baixa autoestima, insegurança, déficit de atenção ou isolamento social. Os pais tendem a perceber a roupa íntima da criança, muitas vezes, úmidas e com odor característico. É de extrema importância os pais compreenderem que a criança não tem culpa por estar urinando na cama, então devem evitar xingá-las ou puni-las, pois o problema pode ser agravado. A melhor conduta é procurar o auxílio de um médico e iniciar o tratamento adequado. O tratamento varia de acordo com o distúrbio que a criança está apresentando e os principais objetivos são melhorar a condição social e prevenir lesão renal.

A constipação intestinal está presente em cerca de 50% dos casos de crianças com disfunção do trato urinário inferior, sendo assim, ela deve ser tratada inicialmente, para evitar a retenção de fezes e prevenir a ocorrência de infecção urinária e piora da função renal.

A fisioterapia pélvica tem sido uma grande aliada, é um tratamento indolor, eficaz e divertido, pois utiliza-se biofeedback lúdico, em que as crianças aprendem o movimento correto de períneo (musculatura do assoalho pélvico) na tela do computador, com animações, imitando um jogo de videogame, com o objetivo de melhorar a evacuação e o ato miccional.

Outro recurso é a eletroestimulação, com eletrodos superficiais, para inibição da hiperatividade da bexiga. Não há dor e a criança sente um leve formigamento na região estimulada. A estimulação é realizada na região parassacral, atingindo as raízes dos nervos responsáveis pelo centro da micção. Além de exercícios com bola e faixas coloridas, o que torna o tratamento mais agradável.

Muito importante também são as orientações quanto ao posicionamento correto no uso do vaso sanitário, os horários programados de micção e evacuação, a ingesta hídrica e o diário miccional.

Cuide da saúde do seu filho, informe-se com o médico especialista e procure o serviço de fisioterapia pélvica.

Fonte: Caroline Artusi – Fisioterapeuta Pélvica – Crefito 5 166.821-f –Telefones: (54) 3045-3693 e (54) 98123-0464


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