Bem-estar

Seu filho tem medo do escuro?

9 de julho de 2018

Saiba por que isso acontece e como minimizar os efeitos dessa fase

 

Basta apagar a luz do quarto para seu filho começar a chorar? Calma, ele não é o único. O medo do escuro é comum na infância e começa a aparecer por volta dos três anos e desaparece, em geral, aos sete. O temor ocorre porque nessa idade as crianças têm a imaginação muito desenvolvida e não conseguem distinguir a realidade da fantasia. Os temores podem vir após ler uma notícia, fazer um desenho, ouvir um conto de fadas ou uma conversa de adulto. “No escuro, a criança fica mais propensa a imaginar possíveis perigos, como monstros nas sombras, vampiros voando sobre a cama e lobisomens na janela do quarto”, explica a psiquiatra Carolina da Costa, do Ambulatório de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

O medo faz parte do desenvolvimento emocional do ser humano. É a reação de proteção que o organismo tem ao acreditar que algo possa lhe fazer mal. Por isso que, na hora de dormir, quando os pais não estão por perto e as luzes apagadas, esse sentimento aflora.

E se você acha que o medo é apenas ruim, saiba que ele tem, sim, suas vantagens. “O sentimento pode até ser benéfico para a criança, pois é assim que ela começa a formar o conceito do que é real. Quando os pais explicam que fantasmas não existem, por exemplo, ela entende que o que está vendo faz parte da imaginação”, diz Maria Dirce Benedito, mestre em psicologia do setor de Saúde Mental do departamento de pediatria da Unifesp.

 

:: Como ajudar a criança

De acordo com a psicóloga Ana Lúcia Castello, do Hospital Infantil Sabará, para ajudar seu filho a superar o medo, você deve confiar nele e, aos poucos, dar liberdade para que faça atividades sozinho, como arrumar a cama ou tomar banho. “As crianças precisam ser mais independentes para ter confiança e, consequentemente, menos medo”, afirma. Também é fundamental conversar sobre o assunto para que ele se sinta menos vulnerável aos próprios pensamentos. Diga que tudo o que existe no escuro também existe no claro, portanto não há razões para temer.

Ao ver o filho vulnerável a um sentimento, é muito fácil cair na tentação e levá-lo para dormir com você. Mas esse não é o caminho, afinal, a criança precisa aprender a lidar com emoções negativas. Na hora de dormir, o melhor para ajudar o seu filho é ficar ao lado dele até que ele adormeça ou deixar um abajur aceso. Explique que monstros e bruxas não existem no mundo real, somente na ficção, e tenha paciência para contextualizar a situação, dizendo que o quarto é um ambiente seguro e que não há nada para temer. Outra dica é contar histórias para distraí-lo, mas, claro, nada de enredos assustadores.

Se o medo se tornar frequente ou incontrolável, é hora de pedir ajuda especializada.

 

Fonte: www.revistacrescer.globo.com


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