Eu sei, esta palavra – soliTariedade – nem está no dicionário, contudo ela foi praticada deliberadamente por todos nós, em algum grau, quando mergulhados em nossas rotinas, nos fechamos em nossos mundos e deixamos de nos importar com os outros que moram na mesma casa, chamada Planeta Terra. A síndrome do umbiguismo – esta palavra está no dicionário – nos fez soliTários.
No entanto, as circunstâncias alheias aos nossos interesses pessoais sempre demandam posicionamento. É o que estamos vendo e vivendo hoje, com tudo que está acontecendo no Mundo e especialmente no nosso Estado.
Nos sentimos impelidos a atravessarmos a sutil cortina invisível, que colocamos entre nós e cada um que poderia principalmente pensar diferente de nós. Fossem estes – os contrários – no âmbito da política, religião, time, gostos musicais, preferências/tendências/orientações sexuais e, pasmem, ainda existe neste século, a diferença que se faz, de classe social.
Com estas catástrofes, adentramos em um mundo até então desconhecido para a maioria de nós, pelo menos nesta dimensão terrena: o mundo “em comum”.
Ao nos depararmos com a magnitude das catástrofes tão próximas, como a maioria de nós nunca havia visto, percebemos que barreira alguma tem sentido. Que nada, de fato, pode segregar os seres humanos. Estamos todos “na mesma”. Todos suscetíveis às intempéries, às transições planetárias, aos “resets”, e até mesmo às catástrofes causadas pelo próprio homem, como as possíveis ativações de bombas nucleares. E, quando nos deparamos com tamanha vulnerabilidade, colocamos o pé no freio e começamos a ver a vida como sempre deveríamos ter visto: efêmera.
O bom deste confrontamento com a realidade é que, a partir disso, recebemos mais um bônus, que nos dá o direito de recomeçarmos, de pensarmos, agirmos e remodelarmos as nossas vidas, norteadas por novos valores, por princípios que talvez tenhamos esquecido, ou negligenciado inconsciente ou conscientemente. Começamos a enxergar com mais clareza a dor do outros, que antes estava fora da nossa redoma e, mais do que isso, percebemos que não estamos dissociados e nos sentimos parte do processo.
Portanto, da solidão vazia que vivemos até então, nos vimos imersos em um sentimento que sempre existiu em nós, mas que havíamos de certo modo, deixando em “stand by”. Falo da soliDarierade! Então, que esta força, que rompeu nossas camadas protetoras da ilusão de um mundo externo, permaneça vigente. E que possamos cada vez menos nos sentirmos solitários, percebendo que temos sim com quem contar. Basta permitirmos que estejamos mais pertos uns dos outros.
Fonte: Gabriele Lima
Psicoterapeuta – Medicina Germânica – Consteladora Sistêmica e Mestre de Reiki
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