O grande clichê de final de ano é refletir sobre o que fizemos, deixamos de fazer, nossos planos para o próximo ano e assim por diante. Neste contexto, é impossível não sentirmos uma salada de emoções, que se “embolam” no estômago, nos entorpecem de cortisol, nos fazendo sentir que não dá mais tempo, que erramos e procrastinamos bem mais do que havíamos nos proposto a fazer lá naquele primeiro de janeiro. É hora de recomeçar, sem dúvidas! Mas antes: finalizar.
Há um tempo, uma amiga me solicitou auxilio para compor uma palestra, onde ela relataria sua história de RECOMEÇOS. Pelo menos esta seria a ideia inicial. Quando ela me contou a sua história, com muitos nós na garganta e lágrimas que não conseguiam deixar de rolar, eu percebi que falar em recomeçar é fácil. É como entrar num campo neutro, um portal, uma abertura para o novo, com cenários inexplorados. Sim, recomeçar é fácil. O que ainda a fazia sentir dor e chorar, era lembrar da finalização daqueles ciclos. Para isso ela precisou de muita garra e coragem.
Eu atendo inúmeras mulheres que temem o novo, que não sabem por onde recomeçar e, por isso, se ancoram em situações que as aprisionam, as impedem de realizar até mesmo pequenas metas, quem dirá grandes sonhos. Muitas nem se permitem sonhar, pelo pavor de pensar na mudança. Seguem suas vidas com sentimentos reprimidos e frustrações que elas acreditam estarem bem escondidas, porém seus inconscientes não permitem que sintam paz. Como a minha amiga admitiu, é muito doloroso pensar em finalizar ciclos. Envolve muito mais do que uma decisão e o “mágico” primeiro passo. É preciso desordenar tudo, balançar estruturas que pareciam sólidas, confrontar interesses, crenças e ideais diferentes dos seus, especialmente dos familiares. Se posicionar.
A vida, nesta situação, pode ser comparada àquela máxima estudada por terapeutas, neurocientistas e médicos: somos programados para lutar ou fugir, pela nossa sobrevivência. Dentro deste contexto, sugiro analisar estrategicamente as possibilidades de ação, fazendo as seguintes perguntas: Quais são os verdadeiros benefícios – não as desculpas – de permanecer no mesmo ciclo/ambiente? Quais as reais opções/caminhos – não falsas expectativas – se decidirmos realizar as mudanças necessárias?
É primordial assumirmos o papel adulto que nos cabe, escolhermos uma das vias da nossa encruzilhada, iniciarmos a nossa nova jornada limpando o que não nos faz mais tão bem assim e, só então, podermos adentrar no portal da esperança de boas novas. Sem finalizar ciclos é impossível recomeçar. Desejo a todos um excelente final do ciclo 2024.
Fonte: Gabriele Lima
Psicoterapeuta – Medicina Germânica – Consteladora Sistêmica e Mestre de Reiki
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