Adoção é o ato de aceitar espontaneamente alguém que passará a fazer parte da vida de uma família após um processo judicial. Muitas crianças e adolescentes esperam por uma família que lhes dê a oportunidade de partilhar esses instantes. Ainda que o tema não seja considerado mais um tabu, continua sendo um assunto complexo e com estereótipos criados por pessoas que não entendem muito sobre o assunto. Verificamos isso ao passo que a quantidade de crianças e adolescentes aptos a serem adotados é desproporcional ao número de pessoas aptas a adotar. No Brasil há, aproximadamente, 30 mil pessoas aptas a adotar e 5 mil crianças aptas a serem adotadas.
Conforme Ângela Maria Pereira da Silva, em seu livro Adoção: vida em minha vida, “um dilema que separa pais e filhos muitas vezes é a exigência”, então esse número desproporcional ocorre devido as escolhas feitas pelas pessoas que pretendem adotar. Mas que escolhas são essas? Após o recebimento do pedido pelo juiz a pessoa interessada em adotar pode inscrever-se no Cadastro Nacional de Adoção e responderá um questionário dizendo sobre suas “preferências” quanto a adoção. Porém, na maioria das vezes, esse conjunto de escolhas exclui consideravelmente crianças que possuem mais de dez anos de idade, grupos de irmãos, meninos e negros, o que acaba gerando essa desproporção quanto ao número de crianças aptas a serem adotadas e de pessoas aptas a adotarem. Essas exigências fazem com que muitas crianças e adolescentes passem a vida em abrigos e com que famílias passem anos aguardando o filho “ideal” que pode nunca chegar. Repensando as escolhas há a possibilidade de formar famílias lindas, felizes, completas e, o mais importante, sem preconceitos.
Essas crianças e adolescentes tem apenas uma exigência: serem adotadas por uma família que lhes dê muito amor e carinho. Os adultos tem muito o que aprender com elas.
Fonte:
Fernanda Soares de Moraes
Advogada OAB/RS 116.327
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