“Hoje, com sinceridade, eu acordei com uma vontade de cuidar de mim, me levar para um passeio sem pisar o pé no freio, sem pensar no fim… Arrumar minhas gavetas, botar tinta na caneta do meu coração, escrever um: Eu me amo cada vez que a voz do mundo me disser que não”. Começo com este trecho retirado da música Mundança, de autoria de Elmo Oliveira e interpretada pelo pernambucano Flávio Leandro, num forró que contagia e já no primeiro acorde faz-nos bater o pé em cumplicidade com o belo casamento entre ritmo e poesia. Quantas vezes percebo em algumas pessoas nas sessões de psicoterapia uma baixa autoestima que se reflete sob aspectos de desânimo, desmotivações e, por vezes, levando-as a quadros depressivos… Cabem algumas perguntas: cuidam de si? Permitem-se viver com alguma leveza? Amam-se ante as adversidades? Provavelmente não, e, não raro, vivem a vida dos outros.
Foi aí que esta música (amor à primeira vista) me pegou, no refrão: “Quando eu mudo, o mundo muda, cai na minha dança, se eu mexo no meu mundo, o resto se balança”. Dá vontade de providenciar numa zabumba para tentar, nestas ocasiões, por meio da musicoterapia, aprender um novo jeito de dançar a dança da vida, a da mudança, aquela que nos pede renovação/atualização; Já dizia o Maluco Beleza de sua preferência em ser uma metamorfose ambulante, e, mais ao sul, há décadas Luluzeamos: “Tudo muda o tempo todo no mundo”, e o que fazemos? É neste tema que reside um forte conceito da sabedoria oriental e também preconizado no budismo, o da impermanência, o de que nada é eterno. Se não somos os mesmos de ontem, por que cristalizamos em repetições numa maneira de ser? Por que insistir em mudar o outro, o ambiente de trabalho ou o de família na ilusão de que isso será melhor? Por que não mudamos a nós mesmos? Arrisco-me a dizer: muitas das vezes ficamos mais preocupados com a opinião dos outros, com o que pensam ou irão dizer de nós do que propriamente conosco. No livro “Antes de partir, os cinco principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer” a enfermeira australiana Bronnie Ware apresenta um relato de dezenas de pacientes terminais com suas percepções sobre o que poderiam ter feito de diferente em suas vidas, e, diante do pouco tempo que restavam-lhes, a afirmativa que mais foi dita é a de que o que realmente importa é viver a própria vida.
Não precisamos esperar um momento futuro (que nunca saberemos quando será) para provocarmos as mudanças que entendemos necessárias. É sabido que viver em sociedade implica, muitas vezes, na renúncia ao próprio desejo, mas não pode ser assim o tempo todo, a vida toda. Cuide-se, viva com leveza, não leve nada muito à sério, ame-se e (ainda sobre a música) queira, como o autor, o direito de ter o desejo de se tratar melhor, de “animar esta pessoa que andou vagando à toa, mas que mora em mim”. Quer ajuda? Sessões de psicoterapia são uma forma de cuidar de ti, de te levar a um passeio sem pisar o pé no freio, pois, sem censuras e sem julgamentos somos autênticos, encontrando segurança e tranquilidade para sermos nós mesmos.
More em paz em seu coração, habite-se, este lugar é teu!
Fonte: César A. R. de Oliveira
Psicólogo
WhatsApp (54) 99981-6455
www.homemnapsicologia.com.br