Bem-estar

A morte lhe assusta? Então viva!

8 de novembro de 2023

Há 3,2 milhões de anos Lucy já andava sobre os dois pés, e, como bípede, caracterizava-se como um ancestral dos hominídeos, os quais, somente mais tarde, há 1,5 milhões de anos passaram a dominar o fogo e, com isso, utilizar da fogueira para aquecer-se, endurecer pontas de lanças e afugentar animais. Mas foi a cerca de 100 mil anos que o homem passou a compreender a morte e a elaborar rituais de despedidas (deixando objetos ao lado do corpo, p.ex.), conforme achados nas cavernas de Qafzeh, em Israel.

O tema Morte é universal e atemporal, e, desde que o homem passou a viver em grupos precisou descobrir uma forma de lidar com esta realidade. Vamos encontrar tantas formas de percepção sobre a morte quantas forem as diferentes culturas possíveis de relatá-las; Vestir-se de preto significa luto? Sim, e não… há sociedades onde o branco representa a cor da morte. Chorar, ficar em silêncio, praticar abstinências e jejuns é o correto? Sim, e não… há culturas (como a mexicana) onde o Dia dos Mortos é uma festa, um verdadeiro carnaval com direito a máscaras, música alta, desfiles e a apoteose em um festival de comes & bebes em pleno cemitério!

Há milhares de religiões no mundo; segundo o google – onde há informações imprecisas de que existem no mundo todo algo entre 10 mil ou 60 mil delas – estas religiões tratam a morte conforme seus dogmas: sono profundo, céu & inferno, reencarnações, levar ou não velas e flores a cemitérios, enfim, buscam uma maneira de confortar aqueles que ficam em luto.

Ao abordar o tema morte em uma sessão de psicoterapia, o psicólogo deve respeitar a crença de cada um (segundo o Instituto Datafolha/2022 cerca de 14% dos brasileiros se diz sem religião), pois estão nas religiões os lugares onde mais se fala sobre o ato de morrer. Então, deve este ater-se à saúde mental de quem o procura, sobre o quanto possam estar sendo afetadas suas funções laborais ou de relacionamentos sociais e de convívio familiar. Estar enlutado não significa estar doente, é um processo de reação à uma perda, e, nas palavras de Freud em seu texto Luto e Melancolia, trata-se de um processo lento e doloroso caracterizado por uma tristeza profunda. Então, poder dispor de um ambiente seguro, sem que venha a ser censurado por sua fala, é o primeiro passo para o trabalho de assimilação/superação ao acontecido.

Na mitologia greco-romana, Sísifo, considerado o mais astuto dos mortais enganou a morte, mas não por muito tempo, pois, tão logo descoberto, veio o seu castigo. A morte é inexorável, e a lição que podemos aprender é a de que falar sobre a morte é falar sobre a vida, mais do que isso, é ressignificar para melhor viver a vida! Então, converse com aqueles que você ama, reaproxime-se de quem esteja distante por algum mal-entendido ou por bobagens… Pare de inventar desculpas e de adiar o que precisa ser feito, viva o hoje e agradeça o dom da vida a cada dia que acordar. Menos lamúrias e mais atitudes farão a diferença em seu dia.

Fonte:
César A R de Oliveira – Psicólogo
WhatsApp (54) 99981-6455
www.homemnapsicologia.com.br
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