“Ninguém é separado da sua família através da morte. Portanto, uma pessoa perde sua vida através da morte, mas nunca o seu pertencimento na família.” Bert Hellinger
A morte de uma pessoa querida, implica uma grande mudança para vida de quem ficou. Passamos a viver somente de lembranças, aquecendo o coração com suas recordações, que deixaram saudades. A casa ficou um pouco mais vazia, os dias um pouco mais silenciosos e os planos para o futuro, deixaram de contar com um integrante.
A maneira como cada um enfrenta é único, depende da personalidade, inteligência emocional, experiências de vida, fé e intensidade do vínculo afetivo. Sentimos saudade, de como nos sentíamos, de quando estávamos com determinada pessoa, num certo lugar ou vivendo um momento marcante.
Este sentimento chamado saudade, é uma resposta normal à perda, e comum aos sobreviventes, podendo funcionar até mesmo como um indicativo de bem-estar, pois só sentimos saudades de quem amamos. O importante, é se permitir sentir a saudade, e buscar compreender as emoções, que vem associadas a esse sentimento.
As memórias dos bons momentos, são uma forma de amenizar a saudade de quem se foi, pois evocam lembranças, que misteriosamente dão vida aos que partiram; compartilhar os sentimentos, com pessoas de confiança ajuda a lidar com suas angústias, ansiedade e depressão, as quais, não devem ser reprimidas. A saudade é ausência, é o sentimento de vazio de alguém que nos trouxe felicidade, que amamos de verdade, é a existência da memória de manter vivo, sempre presente e perto de nós, o que já não temos mais.
No luto, liberamos cargas emocionais ao decorrer da vida, onde vamos sendo convidados a reaprender o mundo, a conviver com a ausência e a sermos mais receptivos com a saudade. Lembrar é sempre bom, ter equilíbrio é melhor. Sei que não é fácil, viver apenas de lembranças, mas infelizmente é tudo o que temos.
Final de ano, é quando a saudade aumenta, e isso a torna conflitante, é uma época em que as pessoas se veem obrigadas, a demonstrar felicidade em tempo integral. Nessas horas o desafio de lidar com a saudade e a obrigação de ser feliz, nem sempre são compatíveis com a realidade de todos. Para muitas pessoas, são datas muito tristes.
Se você estiver passando, por um luto difícil, em que a saudade aperta, e não sabe o que fazer, busque ajuda profissional de um psicólogo. A psicologia, tem ferramentas para que, a pessoa enlutada aprender a lidar com a saudade, focando em seus sentimentos, afim de que os mesmos sejam sentidos, com carinho e admiração.
Para essa fase, temos a terapia do luto, a qual tem se mostrado uma grande aliada, para elaborar a saudade e suas emoções. Não será negado o sofrimento/ saudade da perda, mas sim acolher esse sentimento, e usá-lo para fortalecimento pessoal.
Fonte: Zulmira Regina Puerari Pan
Psicóloga Clínica/ Tanatologia – CRP 07/21386
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