Alimentação

Compulsão alimentar: eu tenho fome do quê?

23 de janeiro de 2018

A compulsão alimentar é muito conhecida por ser uma forma de compensação rápida e alívio de outros sintomas que não a fome. É um distúrbio provocado pela necessidade de comer, mesmo quando não se sente fome, o que leva ao excesso de peso, resultando em um descontentamento com a imagem corporal, mas também com o seu autocontrole. A partir dos episódios compulsivos surgem outras complicações, cardiovasculares, respiratórias e também perturbações do foro psicológico, como a depressão, a ansiedade, a baixa autoestima e a baixa autoconfiança.

A compulsão atinge homens e mulheres e o seu início pode acontecer na infância, na adolescência ou na vida adulta, não havendo qualquer restrição racial ou cultural. A sua causa poderá assim prender-se com fatores metabólicos, psicológicos, genéticos, pessoais, familiares ou sociais, no entanto existem fatores de risco como uma dieta demasiado rigorosa e não vigiada, baixa autoestima ou dificuldade de expressão emocional.

Existem sintomas visíveis, como o aumento de peso, comer mais depressa do que o dito normal ou a ingestão de grandes porções sem fome que a justifique. Mas existem comportamentos mais discretos, como o evitar as situações sociais, um humor depressivo ou irritável, o fato de comer sozinho, para que os outros não vejam o que comem ou as quantidades que comem, ou ficar aborrecido consigo mesmo pela sua falta de controle, vergonha e culpa.

O tratamento deve ser multiprofissional, com psicólogos, nutricionistas, psiquiatras e médicos, a fim de dar um acompanhamento completo para o paciente, pois se sabe que é um processo demorado e doloroso.

O psicólogo deve incentivar atividades sociais que não envolvam comida, elogiar a personalidade do paciente, seus sucessos e realizações e até mesmo as tentativas e/ou o esforço, trabalhar competências que ajudem a lidar de forma saudável com as emoções, pensamentos e comportamentos. Desse modo o psicólogo facilita progressivamente o caminho de autonomia e de construção de uma identidade mais coesa, assente em valores capazes para a tomada de decisões e resolução de conflitos, que são preponderantes na melhoria desses sintomas de compulsão e sucesso nas atividades de vida diárias.

Também é necessário ensinar às crianças e aos adolescentes bons hábitos alimentares, explicar-lhes as complicações para a saúde em geral das dietas ou de alguns excessos, mas, principalmente, promover o investimento na autoestima desses jovens para que não se deixem afetar pelos padrões de beleza impostos pela sociedade. Esse investimento passa pelo elogio dos seus sucessos e dos seus esforços, pela atenção positiva e qualidade de tempo dedicado à criança bem como à disponibilidade e valorização dela, enaltecendo a importância de expressar as suas emoções e partilhar as suas experiências.

 

Fonte: Francieli Baseggio Luft – Psicóloga – CRP 07/24419 – Telefone: (54) 99125-4951


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