Bem-estar

Compulsão alimentar: eu tenho fome do quê?

11 de agosto de 2017

A compulsão alimentar é muito conhecida por ser uma forma de compensação rápida e de alívio de outros sintomas, que não a fome. É um distúrbio provocado pela necessidade de comer, mesmo quando não se sente fome, o que leva ao excesso de peso, resultando assim em um descontentamento com sua imagem corporal e com o seu autocontrole. A partir dos episódios compulsivos, surgem outras complicações, problemas cardiovasculares, respiratórios e as perturbações no aspecto psicológico, como a depressão, a ansiedade, a baixa auto-estima e a baixa autoconfiança.

A compulsão atinge homens e mulheres e o seu início pode acontecer na infância, na adolescência ou na vida adulta, não há qualquer restrição racial ou cultural. A causa poderá estar ligada a fatores metabólicos, psicológicos, genéticos, pessoais, familiares ou sociais, no entanto, existem fatores de risco, como uma dieta demasiado rigorosa e não vigiada, baixa autoestima ou dificuldade de expressão emocional.

Há sintomas visíveis, como o aumento de peso, o comer mais depressa do que o considerado normal ou a ingestão de grandes porções de alimentos sem que a fome justifique. Existem também comportamentos mais discretos, como quando a pessoa passa a evitar situações sociais, tem um humor depressivo ou irritável, tende a fazer as refeições sozinha, para que os outros não vejam o que comem ou as quantidades que comem, e fica aborrecida consigo pela falta de controle, sentindo vergonha e culpa.

O tratamento deve ser multiprofissional, com psicólogos, nutricionistas, psiquiatras e médicos, a fim de dar um acompanhamento completo para o paciente, pois se sabe que esse é um processo demorado e doloroso.

O psicólogo deve incentivar atividades sociais que não envolvam comida, elogiar a personalidade do paciente, seus sucessos e realizações, e até mesmo as tentativas e/ou o esforço para vencer o problema. Deve também trabalhar competências que ajudem a pessoa compulsiva a lidar de forma saudável com suas emoções, seus pensamentos e comportamentos.

Desse modo, o psicólogo facilita progressivamente o caminho de autonomia e de construção de uma identidade mais coesa, assente em valores capazes para a tomada de decisões e resolução de conflitos, que são preponderantes na melhoria desses sintomas de compulsão e que proporcionará sucesso nas atividades de vida diárias.

Também é necessário começar a ensinar às crianças e aos adolescentes bons hábitos alimentares, explicar-lhes as complicações que podem ocorrer decorrentes de dietas ou dos excessos, mas, principalmente, propiciar o desenvolvimento da autoestima desses jovens, para que não se deixem afetar pelos padrões de beleza impostos pela sociedade. Esse investimento passa pelo elogio dos seus sucessos e dos seus esforços, pela atenção positiva e pela qualidade de tempo dedicado à criança bem como à disponibilidade e valorização desse ser em desenvolvimento, enaltecendo a importância de expressar suas emoções e partilhar suas experiências.

Fonte: Francieli Baseggio Luft
Psicóloga – CRP 07/24419
Telefone: (54) 99125-4951


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