Curiosidades

Déjà vu

14 de setembro de 2016

O fenômeno do déjà-vu, termo francês que significa, literalmente, já visto, comumente relatado por diversas pessoas no mundo como sensações e percepções que já vivenciadas anteriormente, deixando a impressão de forma real de determinadas acontecimentos em nossos sentidos. Déjà-vu é um fenômeno que envolve nossa memória (hipotálamo), que desenvolve a impressão errônea da realidade dos fatos. Desse modo, nosso cérebro experimenta uma desconfiança como um sinal vermelho sobre nossas percepções falhas, o que, de modo geral, não é nada doentio, sendo um processo natural do funcionamento psíquico do ser humano.

Sua aparição é de forma rápida e imprevisível, deixando-nos confusos sobre sua veracidade. É uma peça que o nosso cérebro está nos pregando, estratégia que a nossa psique (o que se refere ao psicológico do indivíduo) encontra para obter respostas rápidas e adaptá-las em relação ao ambiente externo, devido a estímulos estressores e ou desorganizados, deixando-nos com a sensação de ter estado naquele lugar, com a impressão de conhecer aquela determinada pessoa, com a sensação de ouvir determinada frase que uma pessoa esteja falando em um determinado lugar, em um determinado tempo e espaço ou pensar que pode ser algo vivido em outra vida.

Um estudo realizado na Universidade de St. Andrews buscou, em imagens de ressonância magnética, identificar o momento exato em que ocorria o déjà-vu em pacientes estimulados com jogos de palavras do mesmo tema. Perguntava-se aos pacientes se haviam escutado uma palavra com “S”, e os participantes relatavam ter escutado a palavra “sono”, dessa maneira caracterizou-se o déjà-vu.

Os resultados mostraram que área frontal do cérebro estava mais ativa, portanto, responsável pela capacidade de tomar decisões, contrapondo estudos anteriores que indicavam o hipocampo responsável por esse mecanismo, devido a sua relação com o armazenamento de nossas memórias. Nesse estudo, o hipocampo mostrou-se pouco ativado.

Pessoas idosas apresentam mais confusões nas lembranças do que pessoas mais jovens, isso se deve ao fato de nosso cérebro diminuir a capacidade de atualização e armazenamento de informações e retomada em nossa memória, o que funcionaria como um backup dos dados armazenados. Os jovens entre 15 e 25 anos tendem a sentir essa experiência, estima-se que entre 60% a 70% de nós já vivemos tais sensações, existem relatos que é devido à influência de viajarmos mais nessa idade e viver novas experiências.

Desse modo, a percepção de ter presenciado algo e ou vivido algo atemporal denota que o nosso cérebro está conseguindo dar conta dessas sensações. De forma analítica, o déjà-vu apresenta-se como uma falha no processo de recalcamento, deixando os conteúdos que percebemos no cotidiano da vida sem um sentido e resquícios dos nossos sonhos, resultando em um retorno desses restos para um novo reprocessamento mental, na tentativa de arquivar no inconsciente situações que mobilizaram conteúdos afetivos, estressantes e sentidos por nossa mente como traumáticos.

Vamos pensar em um exemplo de déjà-vu. Imagine-se em uma praça de alimentação de um shopping, enquanto degusta um sorvete de chocolate com algum familiar, você está conversando sobre o quanto o doce está delicioso e nesse exato momento ocorre uma falha entre seu inconsciente e o consciente, gerando um milésimo de segundo de desligamento dessa conexão. A partir desse momento você passa a não conseguir diferenciar esse lugar de outros shoppings, promovendo a sensação distorcida de já ter presenciado essa cena, e até mesmo ter ouvido o vizinho da mesa ao lado comentar sobre o sorvete. Estranho? Não, déjà-vu!

Fonte: Alessandro Alves

– Psicólogo clínico – CRP 07/23993 –

– Especialista em avaliação psicológica –

Telefone: (54) 9980-0015


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