Alimentação

Família unida, emagrece unida

1 de agosto de 2022

Precisamos lembrar que o peso engloba várias esferas: biológica, psiquiátrica, econômica, genética, ambiental, endócrina, comportamental, emocional, social e familiar. Então sim é desafiador perder peso sem um apoio de equipe multidisciplinar, inclusive o acompanhamento psicológico.

Na maioria das vezes a dieta, o plano alimentar, a alimentação saudável como preferir chamar por si só já é um gerador de estresse e irritabilidade, provocando sentimentos de frustração “isso não é pra mim” “isso é muito difícil” “preciso comer mais salada, mas não gosto” “tenho que perder peso”, “estou engordando mais desde que comecei a comer certo” “essa dieta não funciona pra mim” “esqueci de fazer a refeição do plano”. Essas são algumas das falas que eu escuto no consultório normalmente.  Aumento da agitação, a pessoa se sente mais ansiosa e quer comer e para aliviar essa sensação de privação, e não pode porque o que ela quer não está no plano, ou está mais ela quer comer mais, então fica uma luta interna muito pesada dentro da pessoa e o nível de reatividade também pode aumentar. A pessoa pode ficar de “pavio curto” soltando farpas, arisca, as pessoas próximas dela podem sentir como estar “pisando em ovos”.

Vários estudos na Terapia Familiar já comprovaram que quando há interesse da família de apoiar essa pessoa que está no processo de perder peso, o sucesso do tratamento é significativamente maior. Como fazer esse apoio para essa pessoa que deseja emagrecer, seja por estar com problemas de saúde, triglicerídeos altos, colesterol alto, diabetes ou mesmo por estar com um sobrepeso muito elevado chegando quase a obesidade, ou por querer qualidade de vida. O apoio familiar se dá no sentido de fazer mudanças nos hábitos alimentares de todos que moram na mesma casa, é um exemplo, ou também maior incentivo na prática de atividades físicas, nem que seja uma caminhada, é melhor do que nenhum movimento. Mudança de hábitos é aos poucos e o mais importante é a constância e não a quantidade. Diminuir a ansiedade pelo resultado final é extremamente importante para a pessoa que luta diariamente contra a balança.

Peso é além de componente genético, peso também é conteúdo familiar. Imagine o seguinte cenário totalmente fictício inventado agora por mim: uma mulher de uns 23 anos que quer emagrecer uns 15 kg, a família dela é toda gordinha, volte e meia ela começa a emagrecer e volta a engordar de novo, e muitas vezes ganha mais peso do que antes, ela não sabe e não entende porque procrastina a academia, porque desiste da alimentação do plano. E sabe por que? Porque não é simples desobedecer a família. Provoca sentimentos de não merecimento, se eu emagrecer demais não vou mais pertencer a essa família. Tem crenças envolvidas, crenças em relação a comida, existem aprendizados em relação a comida exemplo: “criança sadia é criança “forte”” e tantas outras coisas faladas, não faladas, mitos, lendas, rituais, significado dado a alimentação, conteúdos transgeracionais, passados de bisavó, de tataravó, de mãe, de tia, de família do pai, de família da mãe, da própria família.

Nessa perspectiva para emagrecer com sustentabilidade é fundamental o acompanhamento com um psicólogo que tenha esse olhar do todo, o olhar além do individual, porque muitas vezes não é falta de força de vontade e nem falta de determinação, é muito além disso. Entender como essa pessoa funciona e mudar sua relação com a comida, fortalecer sua autoestima e aumentar sua autonomia trará mais leveza e qualidade de vida.

Emagreça leve, emagreça bem, emagreça além.

Fonte: Edna Mara Grahl
Psicóloga CRP 07/32844
(54) 99951-8237
@psicologaednagrahl


Guia Viva Bem

Clique aqui para ver a versão impressa

Última Edição

Clique aqui para ver a versão impressa

Siga-nos no Facebook