Bem-estar

O (eterno e fracassado) desejo de mudar os outros

10 de novembro de 2017

É clássica a expressão de que ninguém muda ninguém, pois toda a mudança que se possa entender por útil e desejada acontece somente em uma direção: de dentro para fora. Quando pretendemos que ocorra uma mudança em alguém, melhor seria descobrir primeiro o que precisa ser modificado em nós, pois a insatisfação com o outro pode ser uma projeção de nossa própria infelicidade.

Temos tendência a apontarmos os defeitos, estendendo o dedo para fora como quem diz: “Está lá, não está vendo?”. Nosso inconsciente é pródigo nisso. Na tentativa de defender o ego, ele lança mão de variados mecanismos de defesa que mais servem para aliviar uma tensão, diminuir uma ansiedade do que propriamente para nos defender. Somente nos daremos conta da realidade quando endereçarmos a busca ao nosso interior, um trabalho de autodescobrimento que resulte em autoconhecimento, e consequente crescimento. Enquanto o olhar ficar voltado para o outro, é lá que pensaremos estar o problema.

O sociólogo Zygmunt Bauman nos ensina que uma das tantas dificuldades nos relacionamentos é aquela que se dá por fracassos na comunicação, daí surgindo o comportamento pervertido de tentar modificar o outro. As queixas das relações entre casais que são faladas (quando não, choradas) diariamente nas sessões de psicoterapia, não ganham a verdadeira importância no cotidiano, tanto que o senso comum criou – e abreviou simplificando – o termo “De Erre” para a complexa discussão da relação. Discutir, no sentido do termo debater (e não brigar) é a única fórmula para o entendimento e a solução de problemas conjugais. E se a discussão traz bons resultados é porque o casal chega à conscientização de que o crescimento deve ser mútuo, e isso implica necessariamente em mudanças de ambas as partes.

Assim, vem a pergunta: como a psicoterapia pode auxiliar para que um relacionamento dê certo e valha o convívio quando a sessão não é feita pelo casal, mas, sim, individualmente? Simples, pois para que haja vontade em mudar é imprescindível persistência, paciência e autoconfiança, e quando um integrante do casal muda, muda o outro. Avalie o quanto você dispõe desses atributos e quanto os utiliza no seu dia a dia olhando para si. Com o apoio psicoterápico essas qualidades necessárias para melhorar o relacionamento afetivo também, se bem empregadas, servirão para seu crescimento pessoal e para maturidade psicológica, fortalecendo-o ante os desgastes da vida.

 

Fonte: César A R de Oliveira – Psicólogo – WhattsApp (54) 99981-6455


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