Bem-estar

O Ministério da saúde adverte: (ou deveria) Uso de aparelho celular em demasia é prejudicial à saúde

15 de dezembro de 2017

O Brasil tem o quarto maior volume de usuários de internet no mundo e é o segundo dos que mais utilizam o Whatsapp (perde apenas para África do Sul). Resultado: essa dependência tecnológica aumenta as queixas nos hospitais, nas clínicas de psicologia, de psiquiatria e em escolas como apontam pesquisas do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Não é preciso se aprofundar nos dados da pesquisa para perceber os acidentes de trânsito decorrentes do hábito de dirigir enquanto se dá uma espiada no celular, o uso do aparelho durante as refeições, à cama, dentro outras situações. A novela Malhação, no final do mês de novembro trazia como trama central a decisão da direção de uma escola de recolher os aparelhos dos alunos quando entram na sala de aula. É claro que houve indignação, revolta, tentativas de entrar com telefones escondidos, sumiço da caixa onde ficavam guardados, muita coisa aconteceu, pois, mexeram com os aparelhos, mexeram com as pessoas.

Dá para perceber o quanto muitas pessoas consideram o aparelho como uma extensão de seu próprio corpo, pois voltam para casa para buscá-los quando esquecidos e têm a sensação da perda de um pedaço de si quando o celular é roubado ou extraviado.

É inegável que se trata de um avanço tecnológico com inúmeros benefícios, mas, baseando-se na pesquisa citada, percebe-se que estamos diante de graves problemas de saúde e de relacionamentos devido ao mau uso do aparelho. A autoestima fica condicionada ao aumento de curtidas nas postagens assim como a (in)felicidade também. O pior é o isolamento que o ambiente virtual provoca, podendo gerar desprezo pelas relações e contatos afetivos pessoais, culminando em quadros depressivos ou mesmo de fobia social.

Sem exageros, os relatos são impressionantes: essa dependência é comparada a dos fumantes que, quando ficam em abstinência, precisam ter algo nas mãos para se ocupar, sem falar na irritabilidade e ansiedade que sentem por não poder usar o celular.

Como tudo é uma questão de manter um ponto de equilíbrio (essa é uma lei natural), aproveitemos a tecnologia, mas sempre tendo o cuidado para que ela seja mais benéfica do que geradora de problemas. Muito mais do que prejuízo nos relacionamentos, a pesquisa indica queda da qualidade da saúde (tanto física como psíquica), que se reflete negativamente na família, no trabalho, nos estudos, na vida. Nesses casos, a busca por medicamentos ansiolíticos, antidepressivos, indutores de sono e/ou outros pode ser evitada se, na causa, houver uma mudança de comportamento com relação ao uso de smartphones.

Um estudo da Universidade de Harvard aponta que em situações presenciais falamos sobre nós, com os outros, em média por 30% da conversa, enquanto que pela internet nos expomos próximos de 90%. Então, opte por mais diálogo e menos tecladas, pois assim nos propomos a escutar com atenção nossos amigos e estaremos acrescentando mais qualidade e saúde em nossas vidas e nas relações.

Nunca é demais repetir: utilize a tecnologia, mas não esqueça de conversar e de priorizar a pessoa que está à sua frente (e não o equipamento), além de perceber que é possível bons momentos sem que necessariamente estejamos manuseando um telefone celular.

Fonte: César A R de Oliveira – Psicólogo


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