Saúde

Podologia geriátrica

7 de julho de 2016

 

A Organização Mundial da Saúde, o Estatuto do Idoso e a legislação brasileira classificam cronologicamente como idosas as pessoas com mais de 60 anos de idade. Porém, as discussões acerca do tema envelhecimento receberam maior atenção nas últimas décadas, isso porque, no início do século passado, a longevidade do homem era bem menor: a média de vida era de aproximadamente 50 anos.

Hoje, verifica-se um crescimento da taxa de longevidade, que atinge 80 a 90 anos com certa facilidade, e tende a aumentar devido ao desenvolvimento da medicina, principalmente ao que se refere à prevenção de doenças e à melhoria na alimentação.

A podologia leva em conta as habilidades regenerativas limitadas, as mudanças físicas e emocionais que reduzem a qualidade de vida do idoso. O podólogo, como profissional de saúde, está atento a certos detalhes que fazem a diferença durante os procedimentos geriátricos. Leva em conta que os idosos não são todos iguais, cada um tem sua característica própria. Por isso é importante ficar atento à pessoalidade (valorização do ser humano), pois quando recebe o paciente ele vem como um todo. É importante, portanto, conhecer a sua história de vida, porque muitas vezes um problema é oprimido, ou alguma doença é usada para chamar a atenção da família. É preciso estar atento também a doenças psicossomáticas capazes de dificultar a cura de determinadas podopatologias em pacientes imunodeprimidos. E entender que eles podem ser um pouco impacientes pela própria condição ou limitações.

Podemos considerar, por exemplo, que os cuidados ao idoso normal e saudável são semelhantes aos prestados ao adulto saudável, porém o idoso frágil possui peculiaridades no seu atendimento. Por isso, o podólogo conhece os processos biológicos do envelhecimento e a influência de outros fatores, como meio ambiente, acesso aos serviços e estilo de vida. Ao longo dos anos, a pele, assim como todos os demais órgãos do corpo, sofre alterações e envelhece. Tais alterações levam à perda de elasticidade e luminosidade, surgem rugas e flacidez.

A pele, como um todo, fica bem comprometida, a perda da elasticidade e da firmeza é perceptível, e ela se torna muito mais fina, flácida, frágil, desidratada e desprotegida. A renovação celular é bastante deficiente. A contínua diminuição das taxas hormonais impossibilita a recuperação natural da pele, podendo tornar-se áspera e propensa à escamação. A pele envelhecida tem menor quantidade de elastina e colágeno, e menos vascularização. As funções imunológicas, principalmente aquelas ligada a imunidade celular, também sofrem alterações, tornam-se ineficientes, propiciando ao nosso idoso maior risco de processos infecciosos e inflamatórios.

No caso das mulheres, elas ainda sofrem as alterações ocasionadas pela menopausa, em que o nível de colágeno (proteína presente em grande quantidade na pele, nos cabelos, nas unhas, nos ossos, e nas cartilagens, responsável principalmente por elasticidade e sustentação) fica reduzido em até 30% nos primeiros anos, promovendo – além das alterações ósseas conhecidas – o enfraquecimento e o envelhecimento da pele.

Nos pés, com o envelhecimento, acontecem alterações morfológicas, biomecânicas e funcionais, que podem gerar lesões e incapacidades. Observam-se alterações em todas as estruturas:

– Pele, unhas, circulação, músculos e articulação.

As curvas do pé mudam com o passar dos anos, assim pode ocorrer perda do arco plantar e alargamento do antepé, e isso faz com que o pé fique maior, menor, mais comprido ou mais curto. Desse modo, o paciente é orientado a comprar o calçado sempre pelo conforto e não pelo número. Outro problema muito comum é a perda do coxim plantar, que é o amortecedor que temos na sola dos pés, entre a pele e os ossos. A localização mais importante deste coxim é no calcanhar (na ponta plantar do calcâneo, que é o osso do apoio da sola do calcanhar) e sob as cabeças metatarsianas, na região logo atrás dos dedos (bola do pé). Com a idade esse coxim tem uma predisposição natural a se degenerar e diminuir progressivamente a sua função viscoeslástica de amortecimento dos choques.

A anidrose (diminuição ou ausência total da glândula sudorípara) também aparece nessa fase, e suas características são descamação fina e ressecamento, diminuição da elasticidade e fissuras cutâneas. O podólogo avalia também o retorno sanguíneo, observa a presença de varizes e microvasos trombosados, pois pode haver enrijecimento vascular.

Entre as podopatologias mais comuns encontradas em idosos estão as onicosclerose, onicogrifose, onicomicose, dedos em garra/martelo, calos, anidrose, fissuras calcâneas, maceração interdigital e pé reumático.

 

Fonte: Revista Evolução dos Pés – Colaboração: Leni Nasgorski

– Podóloga –

Telefone: (54) 3312-9174


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