Bem-estar

Resoluções para o ano novo

23 de janeiro de 2018

A palavra resolução, dentre vários significados, tem, nesta época do ano, principalmente o sentido de determinação ou de decisão: “Neste ano eu vou …” e por ai desfilam uma série de atitudes iniciativas ou desejos de muitas coisas inacabadas e até mesmo nunca realizadas, que desejamos para o ano novo. É claro que esse desejar serve de motivação, pois um novo ciclo começa, o que é sempre inspirador, e devemos aproveitá-lo, todavia, a observação que se faz necessária é de verificarmos se não estamos andando em círculos e buscando o que nem sabemos.

Gosto como o pensador alemão Walter Benjamin distingue sobre as duas maneiras de encarar a vida: são as definições de vivência e de experiência. Na primeira, quando vivenciamos, apenas passamos pela vida e nunca temos tempo, estamos sempre com a sensação de que algo falta, de que não temos tudo do que precisamos e ficamos voltados para um trabalho vazio, angustiante, e para um somatório de saberes inúteis. Por sua vez, nas relações de experiência de vida, a sensação de que o tempo se prolonga e é melhor aproveitado vai ficando na lembrança dos registros de acontecimentos, de diálogos e de contato com os outros. Ora, para aquelas pessoas que mais vivenciam o ano, de fato, o tempo passa rápido demais e nem sempre é possível a realização de projetos e de desejos, enquanto que para aquelas que “saboreiam” cada minuto experimentado, fica outra impressão.

É importante termos o cuidado de estarmos atentos a não colocar nossos desejos na forma de metas. O desejo parte de uma realização, de uma força natural de motivação para a vida. Desejamos o desejo de um desejo, dizem, e isso é muita coisa para ser colocada simplesmente como uma meta. Alçar o desejo a uma condição de meta é colocarmo-nos como escravos dessas realizações, é obrigarmo-nos a tê-lo como um pesado fardo para carregarmos durante o ano.

Assim, entendendo nossos desejos como possibilidades de realizações de engrandecimento e de satisfações, como uma busca por experiências de vida, aproveitaremos melhor cada hora do novo ano, não devemos ser pegos de surpresa quando termina e nem sem respostas sobre onde estivemos durante seu transcurso.

É possível dizer que a experiência prolonga o tempo, dessa forma, podemos aproveitar muito mais cada minuto, enquanto que a vivência o comprime, faz passar tão rapidamente. É por isso que sempre temos aquela sensação de que em uma viagem o caminho de ida parece ser mais longo que o caminho da volta.

Que em 2018 nos demoremos mais durante a passagem do ano, experimentemos intensamente cada dia e cada hora dessa viagem.

 

Fonte: César A R de Oliveira – Psicólogo – WhatsApp 99981-6455


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